Inelegíveis até 7 de outubro se tornam elegíveis em 15 de novembro. Decisão está em fase de estudo pelos partidos de esquerda para saber se a lei contempla o ex-prefeito, hoje no PDT. Já se fala, inclusive, numa chapa unindo Carlinhos-Flávio, não necessariamente nesta ordem
A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de tornar elegíveis em 15 de novembro as inelegibilidades que acabam em 7 de outubro, coloca em fogo alto a disputa Prefeitura de Nova Lima, principalmente entre o PDT e o PT.
Isto porque, o ex-prefeito Carlinhos Rodrigues, que estaria inelegível em 4 de outubro, agora estaria apto a disputar a eleição em 15 de novembro, pelo PDT, caso for essa a vontade do partido para o qual migrou, por discordar da pré-candidatura de Flávio de Almeida pelo seu ex-partido, o PT.
Já se fala, inclusive, numa provável chapa da esquerda unificada com Flávio (PT) e Carlinhos (PDT), não necessariamente nesta ordem. Pelo menos por enquanto, apenas dois partidos de esquerda não entrariam nesta frente: o PSOL e o UP, que anunciaram candidaturas indepedentes.
A decisão do TSE atinge todos os políticos condenados por abuso de poder em 2012 até a eleição deste ano, já que a inelegibilidade destes réus iriam até 7 de outubro, data da eleição de 2012, e a deste ano seria em 4 de outubro.
Com a alteração da data da eleição para 15 de novembro, por conta da Covid-19, essas inelegibilidades não podem ser postergadas, como decidiu o TSE nesta terça-feira (1/8).
Até então fora da disputa, Carlinhos Rodrigues lidera um movimento dentro do PDT, do pré-candidato Mauri Lopes, em defesa de uma frente de esquerda unindo-o ao PT/MDB/REDE e até o PSB.
A proposta desta frente seria lançar um nome de consenso para prefeito, não necessariamente do PDT ou do PT, decisão essa que contraria Flávio de Almeida que não abre mão da candidatura própria.
Agora com a nova decisão do TSE, Carlinhos Rodrigues entra no jogo. O ex-prefeito disse a este Portal que ainda não tem clareza jurídica de sua situação para falar sobre o assunto.
Para as principais lideranças da esquerda, a lei contempla o ex-prefeito, mas o caso está em análise pelos advogados. Carlinhos Rodrigues foi considerado inelegível em dois processos e não poderia participar da eleição deste ano.
MAIS CONFUSÃO
A fervura no caldeirão da esquerda não fica por aí: por decisão da direção estadual, o MDB de Nova Lima, que pretendia lançar Sônia Mozelli para disputar a Prefeitura, teve que retirar a candidatura, à contragosto do diretório municipal.
Em reportagem publicada no Estado de Minas, o presidente do MDB nova-limense até a intervenção da direção estadual, Saulo Serrinha, disse acreditar que a medida tem caráter eleitoral:
“Você está cerceando o direito da executiva municipal lançar um candidato, como é o nosso caso. E, também, enfraquecendo o partido. Com que vontade a direção municipal vai trabalhar se a executiva estadual dissolve e “mata” o partido?”, reclamou Serrinha.